segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Yes, We Can!

Táxi parado na pista, na altura do número 25 da  Rua Dr. Benjamin Constant (Niterói), dia 13/08/2012, em torno das 14h. (Clique sobre a imagem para ampliar).


Qualquer um, sozinho, pode mudar pouco ou quase nada nesse nosso país. Mas não é exagero dizer que juntos podemos fazer muito. E sem esse papo furado de que somos uma família, de que a união faz a força etc. Não gosto disso e não tenho qualquer pudor em ser claro nesse ponto. Um outro detalhe, uma situação que muito me incomoda e soa como um "lavo as minhas mãos", é a questão dos ataques aos políticos que estão no poder e às suas políticas. Eu sempre pergunto se eles foram parar lá em algum golpe. Todos sabemos a resposta: não foram. Eles estão lá porque nós colocamos eles lá. Então, a responsabilidade é sempre toda nossa.

No dia a dia, a gente pode perceber que tipo de cidadãos somos nós. Quem são os eleitores que escolhem, deliberadamente, apesar do voto obrigatório, os seus representantes em todas as instâncias dessa nossa tão doce democracia. O comportamento dessa massa que tem o poder da decisão em suas mãos pode ser verificado a toda hora, no trânsito, nas universidades, nas praças, na praia, no "shopping center" e em qualquer logradouro ou espaço privado.

E é por causa desse comportamento que uma certeza sempre me abarca. Mudar o país é um objetivo extremamente difícil. Enquanto a gente não mudar a nossa forma de ver o mundo, o nosso julgamento do que é direito e do que é dever, pouca coisa evoluirá e poucas respostas nós teremos do poder público. Porque o poder público é parte de nós e as pessoas que devem atender às nossas demandas se comportam como nós nos comportamos. E nós nos comportamos mal.

Quando você joga lixo em qualquer lugar, menos na lixeira, e guimba de cigarro (bituca) também é lixo, você está se comportando mal. Quando você para o seu veículo na faixa de rolamento (como o motorista da foto acima), ou sobre a faixa de pedestre, em qualquer circunstância, até na hora do trânsito lento, ou nas vagas reservadas para deficiente e idoso, ou em fila dupla, na hora de buscar o filho na escola, ou sobre o passeio, ou obstruindo qualquer tipo de acesso público, você está se comportando mal. Quando, em ruas com mais de uma pista de rolamento no mesmo sentido, você transita pela da esquerda, obstruindo a passagem de veículos mais rápidos do que o seu, você está se comportando mal. Quando você despeja o seu lixo em locais ou horários não permitidos, você está se comportando mal. Quando você fuma em lugar público, ou, como responsável, permite que fumem em local público, você está se comportando mal.

Veja. O que fiz foi dar alguns exemplos, poucos exemplos, mas simples exemplos, de como nos comportamos no dia a dia. E citei somente comportamentos que têm imediata consequência sobre os outros cidadãos. E ainda assim, não fazendo a nossa parte, não cumprindo com a nossa obrigação em situações simples e cotidianas, queremos cobrar retidão e comprometimento do prefeito, do governador, do deputado, do senador, nossos representantes, pessoas como nós.

Quando você corrompe ou se deixa corromper, você está se comportando mal. Quer você seja um policial, um bombeiro, um professor, um médico, um advogado, um guardador de carros, o presidente da república. E não me furto, nunca, em dizer que o nosso maior problema é a corrupção. Mas mesmo que conseguíssemos acabar com esse grande mal, ainda assim nos faltaria a educação, faltaria o respeito ao espaço do nosso vizinho, faltaria o comprometimento com a coletividade.

Quer mudar o Brasil? Comece fazendo a  sua parte.