sábado, 30 de outubro de 2010

A Suprema Felicidade


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Ainda falando da grande tela...

Semana que vem estarei novamente no cinema. E mais uma vez para uma produção nacional. Entretanto, o meu interesse agora é outro. Estou curioso pela fotografia do "A Suprema Felicidade". E também pelos cenários e figurino.

Os anos de vida têm me transformado em um saudosista. E sinto saudade até do que não foi experiência minha. Afinal, só nasci no início da ditadura militar que imperou até meus dias de caserna. Sim sim... deixa eu assumir aqui. Sou de março de 1964 e me formei Fuzileiro Naval no dia do meu aniversário de 18 anos, em 1982.

Mas não é só isso...

Estou certo de que a vida de um menino de 8 anos na metade dos anos 1940 não era diferente da de um de 30 anos depois. E quero confirmar. Os sonhos, os amores, a descoberta do sexo, do prazer e da dor... acho que atualmente nenhum adolescente perde a virgindade na Vila Mimosa.

Lembro-me que tínhamos a nossa putinha particular no bairro. Por amor, ela dava pra todo mundo e a gente fazia fila. Era somente prazer. Não rolava grana nem interesses outros. E ela ainda era carinhosa, beijava na boca e tinha bom hálito.

Antigamente, até a putaria era permeada de romantismo.

(Trailer oficial).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Inimigo Agora é Outro


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Começo esclarecendo que não sou um expert em cinema. Nem cinéfilo eu sou. Para dizer a verdade, fui mal educado quando o assunto é programa cultural. Leio muito não sei porque cargas d'água. Gosto de teatro... mas por essa minha falta de educação, não sou um assíduo frequentador de casas de espetáculos.

Apesar de ter passeado pelos salões dos maiores museus de Nova Iorque, de ter virado criança em parque de diversão no Louvre, de ser vidrado nas ruínas que pude percorrer em Roma, conheço alguns poucos museus aqui no Rio. Do Brasil, nem cogito.

Talvez seja esse o motivo da minha ignorância. Debalde me esforço, mas não consigo entender o raciocínio dos críticos de cinema. Muito menos os de artes plásticas... mas, nesse caso, às vezes não entendo mesmo é o artista. Não é, por exemplo, o caso da Mona Lisa ou da Vênus de Milo... são obras que me fascinam, entre tantas outras.

E o cinema brasileiro?... Bem, a sua história já começa controversa. O Dia do Cinema Brasileiro, 19 de junho, existe por causa de um suposto filme rodado nessa data, em 1898, que ninguém sabe se existiu realmente.

Olhando para o passado, reconheço algumas produções verdadeiramente belas. Trabalhos de Ruy Guerra, de Nelson Pereira dos Santos, Hector Babenco, Anselmo Duarte, Humberto Mauro e mais alguns nomes de uma lista não muito extensa. Mas a verdade é que "Macunaíma", "Pixote - A Lei do Mais Fraco", "O Pagador de Promessas" não são imagens da minha infância ou adolescência. Eu ia ao cimema para ver "Os Trapalhões". Depois, John Travolta.

Meu primeiro livro foi "Memórias de Um Cabo de Vassoura", de Orígenes Lessa, ainda no primário. Foi uma leitura que me empurraram goela abaixo, como as outras do período escolar. Somente muito mais tarde comecei a ter prazer na leitura. E esse prazer também foi ao cinema.

E o "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro"?... Posso falar a verdade?

Antes de ir ao cinema, tive um pressentimento muito bom. Para o céptico que sou, este ano de 2010 tem me feito entrar em contradição. Começo a fazer juízo de relações, de projetos, de processos e, pior, com o final previsto... sou imprevisível! Estou sensível. Só me falta TPM todos os meses.

Logo nos primeiros minutos de filme fiquei emocionado. Entendi, de cara, que estava diante de um trabalho diferente da maioria do que eu tinha visto. Limitado pela minha ignorância cultural, entendi estar diante de um projeto especial. E não estava enganado. Logo percebo que o Tenente-Coronel Nascimento tem o mesmo andar em falso do capitão do passado. Diferente dos personagens vividos por grandes nomes do cinema hollywoodiano, o ex-capitão do BOPE tem qualidades humanóides que trazem o personagem para perto do público. Inteligente, forte e frágil, ao mesmo tempo; inseguro em seus pensamentos e direto nas ações. Mas avança sobre seus passos com certa dificuldade, mesmo diante de um objetivo definido.

A realidade passada pela trama tem a medida certa de emoções. O trabalho do José Padilha e dos seus colaboradores é perfeito. Os "exageros" do primeiro filme não existem no segundo. Isso aproxima mais o Tropa de Elite 2 da realidade... mas a verdade é outra, parceiro. Aqueles exageros do primeiro trabalho é o que está rolando pelas ruas e pelos bastidores do crime do Rio de Janeiro. É uma realidade que parece pura ficção.

A minha ignorância me permite dizer que "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro" foi o melhor filme que assisti na minha vida. Pronto, falei.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Maconha do Gabeira


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Então diz o candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, que as UPPs não são a solução para a violência no estado. Pode ser... mas já é um começo. E precisamos começar por algum lugar.

Fico imaginando a hora que tivermos a Rocinha e todo o Complexo do Alemão pacificados... Essa ação, se combinada com outras que, inclusive, apontam, também, para o Governo Federal, como a questão do contrabando de armas, pode sim abrir caminho para um queda vertiginosa na violência no estado.

Eu sei, e isso não é só idéia do Gabeira, que ele considera mais importante a descriminalização da maconha. Da cocaína também?... E do “crack”?...

Por essas e outras que, infelizmente, eu votarei no Cabral.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Carol, Carol, Carol...


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Vamos corrigir? É Caroline e não Carolina.

De dia a gente soltava pipa na rua Abaúna ou no campinho de trás. Cerol fino e gilete na rabiola. Da dança das pipas de dia aos passos de dança de noite. Eu tinha sido charmeiro. Muitos anos antes, no Grêmio Recreativo Ricardense, a galera se encontrava para dançar. Era charme, muito charme, black music. E o Seu Jorge tinha vivido isso, eu sabia e me simpatizava com essa nossa contemporaneidade. A contemporaneidade do charme.

Seu Jorge ainda fazia parte do Farofa Carioca, a banda criada em março de 1997 que animou o Largo das Neves. Aquela mistura de samba, reggae, jongo, funk e rap que os caras faziam me deixava excitado. Porque misturar é fácil. Agora, misturar e sublimar a mistura são outros quinhentos. E fazendo bem, foi assim que, em 1998, o grupo lançou seu primeiro álbum pela Polygram.

E foi nessa época também que a minha história com a Carol começou, quando ela ainda tinha 18 anos não fazia a mínima idéia da minha fugiente existência. É essa multiplicidade do universo que fazem pessoas que não se conhecem viverem em mundos distintos. Mas são tantos e tantos mundos, que os choques entre eles e suas vidas são inevitáveis. Eu já sabia que estava em rota de colisão... e o mundo da Carol cruzaria e se confundiria com o meu, um dia.

Era um final de semana, não lembro se sábado ou domingo, mas recordo-me claramente de como tudo aconteceu. E aconteceu no Bar do Mineiro, depois que subi o morro e estacionei em Santa Teresa, o Montmartre carioca, o reduto do Farofa.

Eu queria ficar só, beber umas cervejas, fumar uns cigarros, comer pastéis de feijão. Eu queria ficar só mas queria a multidão ao meu redor. Em Santa Teresa a gente pode. Essa permissão que nossos vizinhos de mesa de bar nos dão é o genuíno respeito pelo quase conviva. É respeito puro.

(Vivi isso anos antes, no Tube, depois Alfacinha, da Presidente Backer. Lá, eu lia Friedrich Wilhelm Nietzsche enquanto ouvia alto The Cure e bebia cerveja. Era um mundo desconhecido por trás do muro alto com portão de madeira com mola para quem não frequentava o Tube. Pra mim não.)

Descolei o rótulo da garrafa e colei no copo americano. Acendi o cigarro e dei um trago como se fosse o último de um condenado diante do pelotão de fuzilamento. Recuperado após alguns segundos de tontura, bebi toda a cerveja do copo. Enchi de novo e olhei para a rua. A tarde estava quente e muitos habitués bebiam na calçada. Senti a testa úmida de suor.

Percebi o pessoal do Farofa na mesa ao lado e essa influência musical no lugar me acendeu um desejo de criar. Não foram poucas as vezes que um guardanapo e uma Bic fizeram a minha alegria como se fossem um papiro de linho e uma pena de ouro. Mas aquele quase imperceptível desconforto da pequena mesa com tampo de mármore me desencorajou. Não é mesmo bom fazer anotações em guardanapo sobre mesa com tampo de mármore nu. Se ao menos tivesse uma toalha de papel... mas não.

Diante da minha incapacidade de decorar frases, preocupado por não recuperar, depois, a inspiração, anotei no papel: Carol. Exatamente assim. Simplesmente Carol. O nome surgiu na minha cabeça como aqueles vagalumes que surgem quando fechamos os olhos e massageamos as pálpebras. Com o nome no papel, fiquei tranquilo. Mais tarde, quem sabe um soneto? Mais tarde, quem sabe?...

Pedi mais uma cerveja e acendi outro cigarro, que estalou no primeiro trago. Me queimei com o carvão do fósforo já apagado e xinguei mentalmente. Mas logo sorri, tão grande era a minha satisfação pelo que vivia naquele momento e por ter podido registrar o tema da minha arte: Carol.

Comecei a brincar com caixa de fósforos sobre a mesa. Girava, girava, girava. Então comecei a fazê-la de pandeiro e... batuquei. Timidamente, batuquei. Baixinho, quase que só com um movimento de lábios, cantei: Carol, Carol, Carol... Empolgado, repeti algumas vezes o estribilho. Mas os versos não vinham e fiquei no Carol, Carol, Carol... Então, de repente: Caroline é uma menina bem difícil de esquecer... Sorri de novo e batuquei na caixa. E cantei: Caroline é uma menina bem difícil de esquecer...

Olhei para o lado e vi que o pessoal do Farofa me observava. Sorriram, fizeram que sim com a cabeça e comentaram: continue! Corei, bebi, fumei. Desci o morro, atravessei a ponte e estacionei meu Uno CS em algum lugar de Niterói.

Um tempo depois descobri que eles não entenderam o que eu cantava. Eu cantava o futuro. Eu cantava Caroline. Eu cantava CAROLINE e não Carolina. Carol, Carol, Carol...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Gallo de Briga

A Rede Globo de Televisão mostrou hoje, em todos os telejornais, as imagens das agressões que o porteiro de um prédio foi vítima na noite passada. E quem era o agressor? O vereador do PDT Luiz Carlos Gallo.

O parlamentar, pelos tapas e socos que desferiu, responderá e, como trata-se de lesão corporal leve, no máximo, deverá cumprir uma pena alternativa.

Mas, ainda posso ressaltar outro detalhe. A motivação do escândalo foi um desrespeito à lei. Afinal, música alta fere a Lei do Silêncio no que tange ao seu Art. 2º. E se estivéssemos falando de um leigo, ainda assim, a lei se aplica. Mas não, estamos falando de um LEGISLADOR. Por isso, sua desculpa, diga-se de passagem, infundada, de que perdeu a razão diante da "posição assumida pelo porteiro" não alcança a desobediência à legislação. Na noite de domingo a festa tirou o sossego de diversas famílias. E, tenho certeza, dentre elas havia muitos dos eleitores do vereador Gallo.

Que exemplo de cidadão! Que exemplo de homem público. Exemplo a não ser seguido.

Entenda o escândalo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Encontro


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Ficou claro que não toquei nas flores?
Vaguei como um cego pelo jardim
Não raro, senti ânsia... tais odores
De tantas e juntas flores, enfim...

Se enxergasse, ainda enfrentaria as cores
Difusas cores com um mesmo fim
Encantam os casais, os seus amores
De multicores flores, tanto assim

Esses delírios, de lírio, hortênsia
Não se estenderam para além do sol.
Depois de iluminado o girassol

Deixamos de lado a nossa inocência:
Eu, teu eleito, cravo, de branco e prosa
E tu, também de branco, minha rosa!

Márcio Ribeiro

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Rio de Janeiro, RJ



Aeroporto de grande porte não é, definitivamente, um ambiente acolhedor. O aço inox, o ar condicionado central, escadas e esteiras rolantes blindam o ambiente e parecem forçar a exclusão daqueles que estão de passagem, quer estejam partindo, quer chegando. Talvez seja esse o motivo... os viajantes se apressam em deixá-lo, em passos curtos mas acelerados. Raro é avistar alguém trafegando calmamente com seu carrinho de bagagens pelos largos corredores. Os que partem mantém no rosto sempre uma expressão angustiada, como se estivessem sendo perseguidos. Mesmo em viagens de férias, não é comum sorriso no rosto de alguém em fila de despacho de bagagem e checkin. Os que chegam não veem a hora de respirar o ar lá de fora e de deixar aquele ambiente quase hostil.

Voos são como noivas... é estranho e questionável se não atrasam. Não parece ser bom presságio. Entrando no avião, a sensação, então, é de que você é a noiva. Os que estão sentados ficam olhando até você encontrar o assento e abrir o porta bagagem. Mas, se é um dos primeiros, então, muito pior. Uma noiva em uma igreja vazia, sem convidados, sem padrinho, sem padre e, como um cataclisma, sem noivo. Coroinhas na entrada, somente.

Ele e sua minha amiga estabeleceram os horários e cumpriram todos. Ligou para a companhia de táxi e pediu que fosse pontual. Chegaram ao Galeão com pouco mais de duas horas de antecedência. Depois do checkin feito, foram para a área de restaurantes e relaxaram até a hora do embarque. Sem contratempos. Próxima parada: Miami. Então, novamente tensão na hora da imigração. Mas, por enquanto, era hora de curtir o voo noturno. Cruzariam o Brasil de sul para norte, a divisa entre Colômbia e Venezuela, Jamaica e Cuba, no Caribe, até tocarem o solo novamente.

Se alguém levar em consideração o significado do mês de agosto, não marca uma viagem de férias. Mas algumas coisas foram determinantes. O clima dessa época em Nova Iorque, que favorece às caminhadas, aos passeios a pé. Temperatura amena com alguns dias quentes. Céu claro. Roupas leves. O custo da viagem, entre passagens e estadia. A valorização do Real em relação ao Dólar. Estava decidido: agosto de 2008.

Não foi necessária qualquer visita a uma agência de viagens. Tudo pela Internet. Também pela Internet comprou o CityPass, que possibilita visita aos mais importantes pontos turísticos da cidade, como Empire State, museus, Ellis Island e Estátua da Liberdade, além de uma volta inteira, de barco, ao redor da Ilha de Manhattan. Também pela Internet comprou ingressos para Xanadu, um show da Broadway.

Nova Iorque não era um sonho somente seu. Mas ele estaria realizando ainda naquele ano. E o roteiro teria uma particularidade.

Dois anos antes, havia conhecido, também pela Internet, uma brasileira, então cidadã americana, radicalizada em Tampa, FL. Ela veio ao Rio, onde morava sua mãe, pelo menos duas vezes. A intimidade entre eles foi instantânea. Pareciam amigos de décadas. E isso simplificava um monte de coisas. E complicava mais um outro monte. Desde o primeiro encontro, ela insistia para que ele fosse visitá-la na Flórida. Chegou, durante um tempo, a sugerir que fosse e não voltasse mais. Que se mudasse definitivamente, ficasse com ela.

Ela não sabia... não existia, no mundo, mulher ou terra capaz de afastá-lo do seus amores: suas duas filhas e Niterói, sua cidade.

Segue...

Miami, FL

New York, NY

Houston, TX (St. Louis, MO)

Tampa, FL

Miami, FL

Sao Paulo, SP

Rio de Janeiro, RJ

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma Senhora e Muito Sex Appeal

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Que delícia! Que delícia! É verdade!
Meus mais íntimos convivas podem até estranhar. Mas começo a me encantar por meninas não tão meninas assim. Serão os sestros da idade?...

Pois bem. Ainda não tive oportunidade de contar, aqui, a minha aventura de agosto de 2008, quando resolvi conhecer NYC e, depois, voar para a Flórida para visitar uma amiga em Tampa. A viagem, por um contratempo, virou uma saga. Nela, gastei todo o meu inglês e ainda fiquei devendo. Por isso, em breve, terei que voltar para pagar.

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Mas voltando às meninas...

Agora no final de 2009, reencontrando, no Galeto da Moreira, um amigo de juventude que foi morar em Roma quando ainda tinha 21 anos, decidi partir para o Velho Continente. De uma hora para outra, tomei todas as providências. Assim mesmo, vapt-vupt. Passagens, seguro, estadia... estadia? Não! Essa é a melhor parte: estadia não!

O meu amigo de Roma convidou-me para a sua casa, em Trastevere, o bairro boêmio de Roma. Quer coisa melhor? Bairro boêmio? Isso é a minha cara! Então, fizemos contato com uma amiga que mora há um ano em Paris e ela, sem triscar, abriu as portas do seu château pra gente.

Paris e Roma em uma tacada só! Foram 18 dias de carinhos trocados entre eu e a velha, deliciosa, charmosa, encantadora Europa. Que bela senhora! Que corpo! Que alma!

Andei mais de 100 km pelas ruas de Paris. Desci o Sena, ora por uma margem, ora pela outra. Cortei, várias vezes, a Avenue des Champs-Élysées. Louvre, palácios, igrejas e catedrais, Galeria Lafayette, Torre Eiffel, Étoile... queijos e bière à la pression.


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Em Roma, passei meu aniversário. Isso, na entrada da primavera deles. Maravilhoso! Praças, mais praças, monumentos, Vaticano, birra e muita birra. Na Itália, ainda estive em Orvieto, a cidade centro da civilização etrusca. Sabe o que que é isso?... Uma cidade que, já cheia de história, no Século III a.C. foi anexada por Roma. Pois não me furtei em pisar cada metro de todas as suas ruas, respirando a sua medievalidade.

Um mês do meu retorno e não me sai da cabeça a bela senhora Europa.

Botafogo, Botafogo...



Dois meses em standby... Tantas coisas aconteceram nesses 60 dias que, creio, tenho assunto para a curta eternidade que me espera. Mas a minha memória fraca, coitada, irá me trair, eu sei. Vai empurrar para o fundo de uma de suas gavetas grande parte do material que ainda fervilha na memória recente deste seu escravo descuidado. Deixa eu me antecipar...

Só que tem o seguinte. Cantarei um pouco, antes que me esqueça:

Botafogo, Botafogo,
campeão desde 1910
És herói em cada jogo,
Botafogo, por isso que tu és
e hás de ser nosso imenso prazer
Tradições aos milhões tens também
Tu és o glorioso,
não podes perder,
perder para ninguém!

Em outros esportes,
tua fibra está presente,
honrando as cores do Brasil e da nossa gente
Na estrada dos louros, um facho de luz
Tua estrela solitária te conduz!

É isso mesmo! Em cima do Flamengo, deliciosamente, Botafogo campeão da Taça Rio! E, como ganhou a Taça Guanabara, em cima do Vasco, campeão direto do estadual, sem jogos de uma final. Barba, cabelo e bigode!

Por enquanto, só deu Fogão!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Caraminholas?...


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Prazer, Gleisi Hoffmann!


Aqueles que me conhecem sabem que não tenho simpatia com o PT. Até porque não fecho com partido e sim com candidato. Também não estou com Dilma Roussef em 2010 (ainda).

Mas rendo-me ao seu trabalho e, por isso, sou fã de Gleisi Hoffmann. No twitter @gleisi. Site da Gleisi.


Desde Cuba!


Eu sigo a blogueira cubana Yoani Sánchez no Twitter ( @yoanisanchez ). Através dessa microjanela, de vez em quando posso espiar a ilha de Fidel como em um BBB cheio de puxadinhos.

Sempre que posso, também, visito seu blog Generación Y. Através dele, Yoani, que segundo a Time é uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, divulgou a gravação do testemunho de Reina, mãe do pedreiro Orlando Zapata, preso político que morreu ontem, terça-feira, 23 de fevereiro, após 86 dias de greve de fome por melhores condições na prisão.

Reina relata que Zapata foi torturado durante os 7 anos em que esteve preso e pede para que o mundo lute pela libertação de outros presos políticos cubanos.

"Testimonio de la madre de Orlando Zapata Tamayo"

Nesta quarta-feira, Raúl Castro recebe Lula em Havana, nega tortura e lamenta morte de Zapata. Lula não comenta.


Dá-lhe Fogão!

Contrariando todas as expectativas, Botafogo campeão da Taça Guanabara 2010!

Bem, isso é somente o primeiro turno do estadual. Título mesmo é o que ganharemos se conquistarmos o segundo turno (Taça Rio) ou a final com outro vencedor. Então, poderemos comemorar de verdade. Ponto.


Vancouver abaixo de zero!

A maioria dos brasileiros nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver é estrangeira.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Real


A novas notas de Real.

O tamanhos serão diferentes. A de R$ 2 é a menor, a de R$ 5 um pouco maior, e assim sucessivamente, a exemplo do euro.

As notas ganharam também novos itens de segurança. As notas de R$ 50 e R$ 100 começam a circular já no primeiro semestre.

Fonte: Folha Online.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rapidinhas


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Acesse Grandes Veleiros.

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E a Tessália, hem? Botou a boca no trombone, o instrumento do Michel. A publicitária sabe o que faz... Sabe? Bem, segundo fontes seguras, ela sabe como faz! Como nós tuitamos, escolha a sua tag. #chupatessalia #tessaliasucks #tessaliaservepratudo #boquetess

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Morre ET, da dupla Rodolfo e ET. Mais uma vítima do tabagismo.

Cláudio Chirinian estava internado desde o dia 16 de janeiro por causa de insuficiência renal. Ele morreu, na madrugada desta terca-feira, de parada cardíaca em decorrência de choque séptico.

Lembro-me de ter visto o Rodolfo no programa da Sônia Abrão, da RTV, na semana passada.

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E por falar em fumo, alguns bares e restaurantes de Niterói ainda não conseguiram entender os propósitos da Lei Antifumo. Ignorantes, são omissos e permitem que pessoas, também ignorantes, fumem em suas dependências. Em breve, darei nome aos bois aqui, começando pela orla da Praia de São Francisco. Se tivéssemos fiscalização, com a aplicação das multas, os empresários seriam menos ignorantes.

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Jorge Antônio Barros, o JAB, do @reporterdecrime, resolveu se posicionar em relação à @LeiSecaRJ e caiu de pau no "serviço" no seu blog do O Globo, o Repórter de Crime. Apesar de eu não concordar com algumas opiniões e propósitos de administradores de um e de outro blog, quando eles resolvem informar, eu retuito. Foi por isso que o @LeiSecaRJ me bloqueou semana passada: eu retuitei o @reporterdecrime. Entretanto, depois de falar com um dos administradores do microblog, nossas relações voltaram ao ponto de partida. Liberdade de expressão para informação sim, mas para ataques pessoais, libertinagem política e outros propósitos não tão legais, não! Afinal, não foram excluídos do Código Penal Brasileiro os crimes contra a honra: calúnia, difamação e injúria, artigos 138, 139 e 140, respectivamente (parece que esquecemos disso).

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estevam Soares Demitido

O Estevam Soares foi demitido nesta segunda-feira.

Na sua página no microblog Twitter, ele disse: "Acabo de ser demitido do Botafogo.Sinto pelo trabalho interrompido,pois tenho certeza que chegaríamos aos títulos.Agradeço à todo apoio."

Pois bem: eu não tive nada com isso!

Falar o Quê?

A chacota do 6 X 0:


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Não trata-se de um torcedor sofredor aquele que veste a camisa do Botafogo. Mas sim de uma associação que vive perdida, fora e dentro de campo. Então, se você pergunta a dirigentes ou jogadores o motivo pelo qual a torcida não comparece aos jogos, eles não sabem responder. Ora, a resposta é óbvia e levanta outras questões. Ir ao estádio? Torcer? Como e por quê?

São três campeonatos cariocas seguidos perdendo a final para o Flamengo. São diversas derrotas, jogando em casa, para times considerados "pequenos". Em clássicos, já entra em campo abatido, derrotado. Se vence, a primeira sensação da torcidade não é de alegria e sim de alívio.

Ou seja, sobre os torcedores do Botafogo, se não abandonam o barco não é por amor à camisa, somente. É muito mais por orgulho. Por não querer dar o braço a torcer para os rivais. E se algum deles não concorda com essa opinião, deveria procurar tratamento psiquiátrico. Porque, então, é masoquismo. Doença. Quem, em sã consciência, gosta desse sofrimento? Já passei dos 40 anos há algum tempo e ainda não vi em campo esse "glorioso" de que ouço falar.

No estadual de 2009, mais uma vez, o time amarelou. Isso ficou claro para quem acompanhou, torceu, mesmo não botando um centavo na conta do clube.

Veio o brasileirão e, mais uma vez, a equipe mostrou, em campo, a sua fragilidade, a sua fraqueza, a sua incapacidade (nem vou falar de incompetência). E no final ainda comemorou porque escapou da Série B para 2010. Ora, escapou não por méritos, mas por incapacidade dos quatro últimos colocados. Comemorar o quê? Comemora-se título!

A verdade é que, há muito tempo, o comportamento do Botafogo é de "time pequeno"... (E que me perdoem aqueles que assim são considerados). A torcida não pode e não deve mais dá voto de confiança. O time é que precisa reconquistar a massa que para ele torce, sofre, quase sempre calada, engolindo decepções.


O Ponto de Vista do Torcedor...

O Ferrarista veste a camisa vermelha, pega a sua bandeira e parte para o autódromo. Lá, para ele, não interessa o peso do carro, o problema no câmbio, o pneu desgastado. O que interessa é ver, no final da corrida, o piloto da escuderia italiana no ponto mais alto do pódio.

Não importa se a decisão é contra o Dallas Mavericks ou contra o Phoenix Suns. Quando a equipe do Boston Celtics parte para os "playoffs", o que a torcida quer é vencer quatro partidas e comemorar a vitória na NBA.

A relação entre o torcedor e a equipe para a qual ele torce não é como o que acontece entre um homem e uma mulher. Nessa relação, mesmo com todos os percalços que possam advir, o amor não acaba nunca e, para o torcedor, o que interessa é resultado. As desculpas dos jogadores, do treinador e dos dirigentes não justificam as derrotas e servem tão somente para irritar os torcedores. Não tem torcida que resista a uma sucessão de resultados desastrosos. Não tem torcida que resista à falta de títulos. E não venha me falar de Taça Guanabara ou Taça Rio! Turno não é competição! É somente parte dela.

Perder um campeonato não espanta a torcida dos estádios. Mas não ganhar títulos faz a gente preferir assistir os jogos pela TV, às vezes às escondidas. Torcer e não vestir a camisa. Afinal, quem se sente motivado a pagar R$ 150,00 pela camisa de um time que muito mais decepção dá do que alegria?

Tanto os jogadores quanto o Estevam Soares precisam calar a boca. Os dirigentes devem ter vergonha de mostrar a cara. A resposta deve ser dada em campo, com resultados e sem provocações à torcida. O time tem que fazer gol, ganhar título e manter a humildade.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Vodou Haitiano


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Eu sempre pensei que o comunicador Roberto Canázio fosse uma pessoa esclarecida. Afinal de contas, é um advogado. Errei.

De vez em quando sintonizo a Rádio Globo AM do RJ e fico atento aos assuntos discutidos no ar. Pelas abordagens e opiniões, comecei a sentir uma certa antipatia por ele. Se os temas são atuais e interessantes, a forma com que ele coloca a sua opinião me soa arrogante e, muitas vezes, ele parece querer mostrar ser o dono da verdade. Entretanto, preciso respeitar os seus posicionamentos, mesmo não concordando. É assim que funciona.

Eu, um simples mortal, sempre que sinto necessidade de emitir opinião sobre determinado assunto, se não o domino, antes de fazê-lo, procuro pesquisar, saber detalhes, conhecer. Posso não saber tudo sobre o assunto, mas preciso estar certo do que sei. Fazendo dessa forma, não sendo um homem do povo, acredito que os formadores de opinião, aqueles que interferem no curso da sociedade, não podem ser levianos e devem, pelo menos, ser responsáveis.

Então, eis que ontem, dia 14 de janeiro, o cônsul do Haiti em São Paulo, o senhor George Samuel Antoine, sem saber que estava sendo gravado, faz comentários infelizes sobre a tragédia que vive o povo haitiano.

Hoje, o senhor Roberto Canázio resolveu comentar as falas do cônsul haitiano e, como todos nós, mostrou-se revoltado. Até aí, tudo bem. Mas, em seguida, começou a falar um monte de asneiras sobre a religião de 5% do povo do Haiti, o vodou haitiano, entendendo ele tratar-se simplesmente da prática de rituais macabros. Ignorância.

O vodou é uma crença sincrética, que combina elementos do catolicismo e de religiões tribais da África com raiz semelhante ao candomblé praticado no Brasil.

No vodou se venera um deus principal, o "Bon Dieux" e aos antepassados. Como esta crença é pouco conhecida, seu nome costuma evocar diabólicos ritos tribais nos quais um feiticeiro crava agulhas em um boneco para fazer com que alguma vítima, talvez a muitos quilômetros de distância, sofra dores horríveis, ataques cardíacos ou doenças incuráveis. O vodou é associado com frequência ao Haiti, dado que os sanguinários ditadores François e Jean-Claude Duvalier usavam tais rituais para amedrontar suas vítimas. A palavra vem do vocábulo africano "Dahomey vodun" ou Vodun da África Ocidental, que significa espírito.

Como curiosidade, no Haiti, assim fica a distribuição da população segundo a religião:

- Católicos: 64%
- Protestantes: 23,6%
- Sem filiação: 5%
- Vodou haitiano: 5%
- Outras: 2,4%.

Para finalizar, uma pergunta ao Senhor Roberto Canázio: - Alguma coisa contra o candomblé ou contra a igreja católica?

Ao povo do Haiti, força! Muita força e fé!

O Palácio Presidencial (Palácio Nacional) em Porto Príncipe, que foi seriamente danificado durante o sismo do dia 12 de janeiro de 2010.


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Beijo Bandido


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No sábado passado, dia 9, a convite de uma amiga, fomos ao Canecão assistir o novo espetáculo de Ney Matogrosso, Beijo Bandido.

É preciso dizer que ele solta a voz e manda muito bem. A produção é simples mas de muito bom gosto. E os arranjos são um primor.

Agora, preciso registrar: seu público é muito, mas muito chato.

Em mesa próxima, estava a maravilhosa Leilane Neubarth, acompanhada da Zélia Duncan e mais algumas pessoas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Os Sabores de 2010

Mais um janeiro em minha vida. Mesmo considerando todas as dificuldades, os percalços de todos esses anos, a conclusão a que chego é que é muito bom estar vivo.

Na sexta-feira, primeiro dia desse 2010, almocei lagosta grelhada. A carne tem sabor suave e o perfume nos remete ao fundo do mar. Mas o grande sabor, que trago desde a infância, é do arroz e feijão bem temperados com ovo frito com gema mole. Arroz da venda, feijão do quintal e ovo colhido no pé... da galinha, tão logo por ela posto. E como toda hora era hora de sobremesa, no final do dia, laranja cravo ou carambola azedinha do pomar. Tão simples, tão bom. Amendoim verde antes do sol do meio dia. Milho cozido no café da manhã. Conheci pipoca não antes dos 8 anos de idade... não ligo para milho ou derivados. Nao sou da geração fandangos. Às vezes me pergunto o motivo e não encontro resposta, já que sempre fui fã ardoroso de jiló, vagem, bertalha, taioba e chuchu. Por que de milho não?

Outro sabor inesquecível é o do primeiro beijo. Wanda era seu nome. O segundo também não esqueço. Luciene. O último foi de uma amiga que agora manda-me beijos virtuais, do outro lado do Atlântico. Foram somente beijos. Mas fico intrigado com essa característica que têm alguns fatos de nunca serem apagados da nossa memória. Quer apostar como vai aparecer alguém tentando explicar, como se preciso fosse?

A minha última chupeta perdi em um monte de lenha, devidamente empilhada, esperando a vez de arder na fornalha da usina de farinha, a bolandeira. Ainda lembro do sabor da borracha já melada pelo uso. Às vezes penso que essa perda marcou a minha transição entre criança e homem feito. Pulei da chupeta para a enxada e o facão na cintura. O melhor brinquedo era o arado. A melhor hora era a de levar os cavalos para beberem água no brejo. Enquanto o tempo passava, eu admirava o balé das lavadeiras, que batiam freneticamente suas asas quase transparentes. Nessa mesma época nasci para o sexo. Eu queria fazer como o cavalo, como o touro, como o nosso barrão. Eu queria cobrir todas as fêmeas que estavam ao meu alcance. Mas, não para todas eu dava altura. Ia até onde eu podia.

Lampião era o nosso cão. Um puma negro com uma cruz branca no peito. Ficou danado, como dizia minha avó. Teve raiva, babava e foi sacrificado no tiro. Sobrou uma poça de sangue na porta da cozinha da nossa casa. Um sangue que me chocou, eu já acostumado a ver a galinha com o pescoço sangrando na caneca esmaltada, caneca verde-musgo, meio descascada. Eu já acostumado a ver o boi sendo abatido com um único golpe de facão no pescoço e depois sendo despedaçado, expondo a pança cheia de capim ainda fresco. Mas lampião era nosso cão, nosso querido cão negro como a noite.

Traíra ensopada no almoço de domingo ou cará frita durante a semana. Bagre também, como frango d'água. Esses sabores ainda não se apagaram, 40 anos depois. Também não o dos pedacos moles da base do capim que eu mordia na hora do descanso das enxadadas. Também não o azedo das araçás e o doce das pinhas caroçudas.

Minha avó era mulher dura, de mãos calejadas e de carinho doce e sincero. Não acaba em mim o sabor do carinho da minha falecida Maria. Da Maria que me dava lambadas e que me amava como nunca amou alguém que me tenha passado as mãos na cabeça. A minha Maria.

São os melhores sabores da minha vida, os da primeira infância. E agradeço que me seja permitido sentir os sabores de 2010.