terça-feira, 22 de abril de 2008

Sobre Aureliano...

"Nessa mesma tarde os soldados foram embora. Poucos dias depois José Arcadio Buendía arranjou uma casa para a família do delegado. Todo mundo ficou em paz, menos Aureliano. A imagem de Remedios, a filha mais nova do delegado, que pela idade poderia ser sua filha, ficou doendo em alguma parte de seu corpo. Era uma sensação física que quase o incomodava para andar, como uma pedrinha no sapato."

Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Lua Cheia

Encanta-me como redonda sereia... Afoga-me lua cheia!

A Mulher Perfeita


Dias desses, uma amiga e eu conversávamos sobre os mais diversos assuntos quando surgiu a questão da "mulher perfeita".


Filosoficamente, o par perfeito não existe. Fi - lo - so - fi - ca - men – te! Como filosofia não é a minha praia, estou certo de que o meu par perfeito existe. E estou à sua procura. Mas se ela não estiver descalça ou de sandálias, como a identificarei? Os pés têm que ser feitos a mão. Não precisam ser pequenos mas devem ser "uns mimos". Ela deve ser ruiva e ter olhos verdes como a Leilane Neubarth. Tem que ter o dote que sempre chamou a atenção na Cláudia Ohana. Apaixonante como a Frida Kahlo e estonteante como a Salma Hayek. E na veia nada de sangue e sim bits como os da Eva Byte.

Para simplificar, ela deve ser bonita, inteligente, culta, amorosa, carinhosa, emotiva, criativa, calculista e blá blá blá.


Quer saber? Eu quero a mulher imperfeita!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Como Ser Um Perfeito Idiota




O texto a seguir ainda não foi escrito. Passados agora os primeiros sete minutos desse 13 de março. Preciso começar por algum lugar... Vou pelo título.


Quer perder um tempo? Leia. Leia e critique. Crescemos os dois.

COMO SER UM PERFEITO IDIOTA

Vamos complicar? Vamos tornar as coisas difíceis? Mais do que normalmente são? Essa parece ser a lógica adotada por muitas pessoas com as quais convivemos. Pare! Olha ao seu redor. Quantas pessoas você conhece que se encaixam nesse perfil? Não. Não vamos ficar surpresos. É isso mesmo. Muitas pessoas.

(Fui à cozinha. Cream Crackers, requeijão e um copo de leite gelado)

Sábado. Um lindo dia de sol lá fora. Levanto da cama. Vou à janela e olho para o céu. Um belo céu azul. Para o dia, nos planos, apenas a praia. Depois? Vê-se depois. Eu sempre vou para a praia na hora que acordo. E saio de lá quando dá vontade. Afinal de contas... É sábado. Não precisamos acertar nossos ponteiros. Vamos acertar nossos passos. Seremos felizes assim.

Então... Já que tudo corre bem, chega a hora. A hora da complicação.

Alguém, que não tem qualquer interesse em ver as coisas como são, mas somente a partir de conceitos próprios, impróprios, joga uma nuvem no céu.

Olha pra mim. Veja-me apenas como cabeça, tronco e membros. Esquece minha fisiologia. Minha biologia. Minha filosofia. Eu sou sempre o que sai da minha boca. Se eu digo que te amo, te amo e pronto! Mas não... Ela quer crer que a verdade não é verdade. Ela, a pessoa. Sem sexo. Sem nexo. Complexo.

E chega. E transforma amor em traição. Afeto em ódio. Amizade em morte.

Não se choque. É assim. As pessoas matam sentimentos. Deveriam ser presas. Julgadas. Condenadas. Mas será que depois de a pena cumprida, os anos de cárcere podem levar para longe a amargura? Ou será que amargura e amargurado permaneceriam juntos, na cela, até o alvará de soltura?

Olho pela janela. De repente, uma brisa leva para longe a nuvem que momentaneamente encobriu o sol. Simples assim. Essa brisa, amena, mas poderosa, está aqui. Dentro do peito. A alegria alimentada. Paixão. Amor. Não à razão infeliz!

Bem, se não podemos ser felizes, viver em harmonia, nós, então serei feliz sozinho. Permita-me ser um perfeito idiota. Idiota e feliz.

Conclusão: 0h45min.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Prazeres e Prazeres...


Não, não! Não dá para comparar. Eu nunca ouvi falar de alguém que "degustasse" cigarros.
Eu já fui fumante. Daqueles que ninguém consegue pensar nele sem um cigarro entre os dedos. Há exatos oito anos e seis meses abandonei o vício. Abandonei o hábito. Abandonei o prazer de fumar. Prazer?... Que prazer, ora bolas?
Tenho perturbado uma amiga que insiste com a idéia de, de vez em sempre, acender um cigarro. Para mim ela é uma amiga muito querida que vem atentando contra a própria vida. Para a indústria do tabaco, para o governo, para as instituições médicas ela é somente estatística.
Pois bem... Minha amiga do coração. Confesso: essa noite degustei uma deliciosa Golden (Ale) da Baden Baden. Confesso que fui feliz em plena terça-feira. E isso depois de duas horas de academia com malhação pesada. Eu confesso! E o melhor. Paguei R$ 3,99 por uma cerveja que não custa menos do que R$ 13,00 no mercado. Ulalá! Ou seria Lulalá?! :)

Bala Halls



Quem diria?! Eu que não ligo para doce...
Estou apaixonado por uma bala Halls que o tempo não se nega em melar! Não sei o sabor. Sinto só o seu perfume.
:/

Juliana S.

São domingos sem qualquer importância
Os que tenho vivido... É vazio
O dia, meu tempo, horas a fio
Por essa indefinível distância


Certeza inquebrantável, fastio
Que acentua essa minha ignorância
De querer a vida em abundância
Como um oceano, salgado rio...


Mas não esqueço – como poderia?
Teus olhos doces, a flor do sorriso
Desabrochada, bela à luz do dia!


E a sombra no olhar, como o aviso
De tempos difíceis, sua magia
Cortou-me como um vento impreciso.

Vamos por partes...


Soneto das Meias Verdades

Se eu quisesse falar dos sonhos que tive
Enquanto juntos estivemos, nos amando
Enquanto foste a dama minha, eu homem livre
De correntes de aço, de pecados pagando?...

Mas... E se verdades eu estivesse inventando
Para ocultar o momento que se revive,
A mentira mais grave, do tempo passando,
Voando, acelerado, em agudo declive?...

Essa nossa doce e ingênua liberdade
Trago na lembrança com descontentamento
Não como mentira... Talvez, meia verdade.

Pois não são mentiras as verdades que invento
Quando falo de amor, de carinho ou saudade
Ou da dor que me causa o teu feliz momento!

Há mais de ano...


Ontem assisti ao filme “Vinícius”. Não tenho argumentos para explicar o motivo pelo qual vinha adiando esse prazer.

Quando criança, no almoço de domingo, minha avó separava para mim o coração da galinha. E eu deixava a iguaria no prato para saborear por último. Faço isso, até hoje, com a gema do ovo frito. E assim, deixo o clímax da minha refeição para o fim, onde qualquer semelhança é mera coincidência. Pode ser o mesmo motivo... Mas teria sido, ontem, o fim de quê?...

Foram cento e dez minutos de pura emoção. Eu sempre me emocionei com seus poemas e suas músicas. Eu sempre admirei seu modo de vida. Sempre me encantei com suas fraquezas... Claro que o documentário é uma visão romântica, muito breve, do que foi e fez Vinícius de Moraes. Eu tenho certeza de que a sua trajetória, nua e crua, deve emocionar muito mais.

Sempre digo que se eu não fosse eu e pudesse escolher ser outra pessoa, desejaria ser o Vinícius. Posso concluir... Tenho estado certo nesse meu devaneio. Talvez mudasse apenas uma coisa... Mas essa é outra história.

Em 29 de janeiro de 2007.

Flerte


Largo o teu sorriso ficou em mim
E desse jeito, numa saudade
Imensa... Volto à realidade!
Mal começou, também chegou ao fim?...

Em minhas mãos senti a tua pele!
Os teus olhos... Se a pensar me ponho...
E mesmo que a vida me revele
Que foi real... Não! Foi tudo um sonho.

Por quê? Inesperado foi o começo
Que virou minha vida do avesso.
Me fez envolver esse torpor!...

Somente um flerte: nem foi paixão!
Confesso! Tocou meu coração...
Tocou meu coração... Nem foi amor!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vamos por partes...


Olhares Velados

E quando te fito, olhos nos olhos
Esses grandes olhos de jabuticaba
Já não sei onde um olhar começa
Onde outro, mais outro se acaba
Mais outro começa, assim, do nada
Pára o tempo, já não tenho pressa...

Eu disfarço, mas disfarço e olho...
Olho, olho e não disfarço, teu braço
O ombro tatuado, tudo, o pescoço
A nuca, os pêlos, cabelos, fios de aço
Fios negros... Olho e já não disfarço
O corpo todo, a alma clara, o dorso

Esse meu pecado, olho e disfarço...
Como chamar o amor de pecado?
Se te amo com o olhar mais puro
Olho e não disfarço, olhar vedado
Sem preço, sem nexo, desvairado
Meu olhar mais claro, olhar obscuro

O dorso, as pernas, olho as coxas
Disfarço, se te olho o corpo inteiro
Dos pés à cabeça, eu olho e sorrio
Mais um olhar, um segundo, terceiro
Te olho, menina, não sou o primeiro
Te desço um olhar como água do rio...