sábado, 30 de outubro de 2010

A Suprema Felicidade


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Ainda falando da grande tela...

Semana que vem estarei novamente no cinema. E mais uma vez para uma produção nacional. Entretanto, o meu interesse agora é outro. Estou curioso pela fotografia do "A Suprema Felicidade". E também pelos cenários e figurino.

Os anos de vida têm me transformado em um saudosista. E sinto saudade até do que não foi experiência minha. Afinal, só nasci no início da ditadura militar que imperou até meus dias de caserna. Sim sim... deixa eu assumir aqui. Sou de março de 1964 e me formei Fuzileiro Naval no dia do meu aniversário de 18 anos, em 1982.

Mas não é só isso...

Estou certo de que a vida de um menino de 8 anos na metade dos anos 1940 não era diferente da de um de 30 anos depois. E quero confirmar. Os sonhos, os amores, a descoberta do sexo, do prazer e da dor... acho que atualmente nenhum adolescente perde a virgindade na Vila Mimosa.

Lembro-me que tínhamos a nossa putinha particular no bairro. Por amor, ela dava pra todo mundo e a gente fazia fila. Era somente prazer. Não rolava grana nem interesses outros. E ela ainda era carinhosa, beijava na boca e tinha bom hálito.

Antigamente, até a putaria era permeada de romantismo.

(Trailer oficial).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Inimigo Agora é Outro


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Começo esclarecendo que não sou um expert em cinema. Nem cinéfilo eu sou. Para dizer a verdade, fui mal educado quando o assunto é programa cultural. Leio muito não sei porque cargas d'água. Gosto de teatro... mas por essa minha falta de educação, não sou um assíduo frequentador de casas de espetáculos.

Apesar de ter passeado pelos salões dos maiores museus de Nova Iorque, de ter virado criança em parque de diversão no Louvre, de ser vidrado nas ruínas que pude percorrer em Roma, conheço alguns poucos museus aqui no Rio. Do Brasil, nem cogito.

Talvez seja esse o motivo da minha ignorância. Debalde me esforço, mas não consigo entender o raciocínio dos críticos de cinema. Muito menos os de artes plásticas... mas, nesse caso, às vezes não entendo mesmo é o artista. Não é, por exemplo, o caso da Mona Lisa ou da Vênus de Milo... são obras que me fascinam, entre tantas outras.

E o cinema brasileiro?... Bem, a sua história já começa controversa. O Dia do Cinema Brasileiro, 19 de junho, existe por causa de um suposto filme rodado nessa data, em 1898, que ninguém sabe se existiu realmente.

Olhando para o passado, reconheço algumas produções verdadeiramente belas. Trabalhos de Ruy Guerra, de Nelson Pereira dos Santos, Hector Babenco, Anselmo Duarte, Humberto Mauro e mais alguns nomes de uma lista não muito extensa. Mas a verdade é que "Macunaíma", "Pixote - A Lei do Mais Fraco", "O Pagador de Promessas" não são imagens da minha infância ou adolescência. Eu ia ao cimema para ver "Os Trapalhões". Depois, John Travolta.

Meu primeiro livro foi "Memórias de Um Cabo de Vassoura", de Orígenes Lessa, ainda no primário. Foi uma leitura que me empurraram goela abaixo, como as outras do período escolar. Somente muito mais tarde comecei a ter prazer na leitura. E esse prazer também foi ao cinema.

E o "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro"?... Posso falar a verdade?

Antes de ir ao cinema, tive um pressentimento muito bom. Para o céptico que sou, este ano de 2010 tem me feito entrar em contradição. Começo a fazer juízo de relações, de projetos, de processos e, pior, com o final previsto... sou imprevisível! Estou sensível. Só me falta TPM todos os meses.

Logo nos primeiros minutos de filme fiquei emocionado. Entendi, de cara, que estava diante de um trabalho diferente da maioria do que eu tinha visto. Limitado pela minha ignorância cultural, entendi estar diante de um projeto especial. E não estava enganado. Logo percebo que o Tenente-Coronel Nascimento tem o mesmo andar em falso do capitão do passado. Diferente dos personagens vividos por grandes nomes do cinema hollywoodiano, o ex-capitão do BOPE tem qualidades humanóides que trazem o personagem para perto do público. Inteligente, forte e frágil, ao mesmo tempo; inseguro em seus pensamentos e direto nas ações. Mas avança sobre seus passos com certa dificuldade, mesmo diante de um objetivo definido.

A realidade passada pela trama tem a medida certa de emoções. O trabalho do José Padilha e dos seus colaboradores é perfeito. Os "exageros" do primeiro filme não existem no segundo. Isso aproxima mais o Tropa de Elite 2 da realidade... mas a verdade é outra, parceiro. Aqueles exageros do primeiro trabalho é o que está rolando pelas ruas e pelos bastidores do crime do Rio de Janeiro. É uma realidade que parece pura ficção.

A minha ignorância me permite dizer que "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro" foi o melhor filme que assisti na minha vida. Pronto, falei.