sábado, 27 de junho de 2009

Florzinha


"Impatiens walleriana"

Ela é uma coisinha. Daquelas assim, engraçadinha, graças aos generosos deuses. Com um pé na América Central, tem os olhos puxadinhos, que se fecham quando sorri. Multifacetada. Madura de assustar na hora de falar da minha vida. Adolescente, por vezes, cuidando da própria. Mas disso eu soube depois.

Passou com uma amiga de parar o trânsito. Mas foi nela que meus olhos se fixaram. Parou para cumprimentar um amigo que estava sentado conosco no bar. E foi embora, toda menininha. Toda patricinha. Toda charmosinha.

Mas essa não é a historia curta e grossa da florzinha de um canteiro bem cuidado. É a de um jardineiro que gosta das flores difíceis de cuidar. E não sou eu esse jardineiro. Foi meu amigo ele, um irmão. Hoje é desafeto.

Depois desse dia no bar, no nosso segundo encontro marcado, começamos, eu e a florzinha, um namoro que, se para ela foi apenas mais um, para mim foi como um refrescante martíni seco no verão novaiorquino. Uma delícia. Que não bebemos todos os dias. Mas a taça esvazia, o verão dá lugar ao outono, o avião decola de volta ao Brasil, a roda gira, o tempo passa. Passou. Fiquei com o gosto da bebida na boca. E só. Feliz da vida por ter sido íntimo, breve e efêmero. Ficou em mim como aquela cicatriz boa de mostrar.

De volta ao jardineiro...

Casado. Um filho. Os pais, um casal porreta. Uma irmã para casar comigo, de tão formosa. Família feliz, para quem somente olha a fotografia. Uma fotografia que não conta a história de um longa-metragem. Resolveu pular a cerca por causa da minha mais recente ex-namorada. Ela ainda pediu minha aprovação. Dei meu "nem sim nem não". A vida dela não era minha. A dele também. Tudo muito óbvio. Os riscos eram deles e não meus. Isso é claro e definitivo.

O caso sério veio depois. Semanas depois. O meu amigo, irmão, conhecido jardineiro, teve uma crise de ciúmes. Imagino ter beirado o abismo colérico. Na verdade, creio mesmo que o ciúme que sentia era de mim. Ela só acentuou isso. Rompeu comigo, sem quaisquer palavras. Imaginou que eu o havia traído com minha ex-amada. De boa! Adotou sua verdade deturpada como a única possível. Eu não tinha feito nada que pudesse justificar criticas e descontentamento. Eu não tive qualquer culpa. E mesmo que tivesse, sou solteiro, ela também e ele não.

Outras flores vieram. O episódio da florzinha ficou para trás. O jardineiro se reaproximou mas, agora, não mais como um irmão. Apenas um "ex-cunhado" chato e invejoso cuja companhia incomoda. Entretanto, sempre que encontro a irmã dele, abro um sorriso de orelha a orelha. Pena que ela tem compromisso e meu eterno respeito.

A florzinha? Tem desabrochado e enfeitado outros jardins. Pétalas sempre muito frescas.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Deixa eu me cuidar!

Agora é à vera. Desde ontem eu estou clinicamente incluído no grupo dos mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo que sofrem de pressão alta (hipertensão arterial). Também faço parte da fatia do bolo que sabe disso (motivo pelo qual estou aqui...). A verdade é que mais de um terço dos hipertensos não sabem que sofrem da chamada "doença silenciosa". Agora está explicada a dor que tenho sentido no lado esquerdo do peito. As respostas eu obtive por causa do "check up" que, desde o ano passado, faço semestralmente.

E não é só isso. Conjugados à hipertensão estão outros fatores, como níveis altos de colesterol, triglicerídeos e ácido úrico. Isso quer dizer que, além dos remédios que comecei a tomar, diariamente, ainda terei que fazer dieta. Nada de carne vermelha, massas, doces, frutos do mar, embutidos e miúdos de frango. Não vou citar o refrigerante porque esse eu tirei da minha dieta há mais de dez anos, antes mesmo do cigarro. Mas ele está na lista feita pelo médico. E o doutor ainda aconselhou-me a perder 5000 gramas. Eu disse: cinco mil gramas!!!

Agora lembrei. Imagina se eu ainda fumasse? É possível que nem estivesse mais aqui para contar a história. A Souza Cruz levou um bocado de dinheiro meu. Tanto é que, quando parei de fumar, há quase dez anos, a maior produtora nacional de cigarros teve que incrementar seu processo de redução de custos para manter-se rentável. Isso em 1999.

Mas. Voltando. À toda pressão...

Porra, isso é muita sacanagem! Vou ter que abrir mão de algumas coisas que sempre me fizeram feliz. Aquele belo bife de picanha ao alho; meu polvo inteiro, grelhado, com molho de manteiga e alcaparras; "Spaghetti alla Carbonara"; a enorme barra de chocolate ao leite; entre outras coisas. E a feijoada às sextas?... Dá vontade de chorar!

Eu poderia até fazer o seguinte. Adiar as providências para a próxima bateria de exames, no final deste ano. Ligar o foda-se, de verdade. A dor no peito nem chega a me tirar o sono. Infarto e AVC são "incidentes" de quem vive ativamente, mesmo sendo sedentário. Mas já fiz isso no final do ano passado.

Mas, cara. Uma coisa chamou-me à atenção. Hipertensão afeta a SEXUALIDADE! E para um homem como eu, que gosta de "comer", isso é o fim do mundo! Então, deixa eu me cuidar.

Para o seu almoço no próximo domingo: Spaghetti alla Carbonara.

Ingredientes:

* ½ kg de espaguete
* 150 gr de bacon cortado em cubinhos
* 2 colheres de sopa de azeite de oliva
* 1 colher de sopa de manteiga sem sal
* 4 dentes de alho descascados
* 1 colher de chá de pimenta vermelha seca
* 4 gemas de ovo
* ¼ de xícara de creme de leite
* ¼ de xícara de queijo tipo pecorino
* ½ xícara de queijo parmesão ralado
* pimenta do reino moída na hora
* 1 colher de sopa de salsa picada

Modo de preparo:

Cozinhe o espaguete em bastante água salgada, até ficar al dente. Em uma frigideira, junte o bacon, o azeite, a manteiga, o alho, a pimenta vermelha e refogue em fogo baixo até a gordura do bacon derreter. Apague o fogo e retire o alho. Quando o espaguete estiver quase cozido, bata as gemas e misture com o creme de leite, os queijos ralados e ao molho da frigideira. Escorra o macarrão e coloque em uma travessa aquecida, junto com o molho e misture bem. Tempere com pimenta do reino e salpique a salsa. Misture e sirva imediatamente.

Pra mim, prepare um peitinho de frango grelhado com legumes.

Peitiiiiiinho!

Clique na imagem para ampliá-la!


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Billboard, Orkut e Afins





Tenho medo da minha língua. Mas esse "afraid" não é na mente, no coração, na espinha não. É um medo que vem de fora, de terceiros, do mundo.

Sabe como é o meu inglês? Uma merda. Com ele estive em dois estados norte-americanos, desenrolei no Kennedy quando perdi o avião para Flórida, fiz gracinha com a atendente da AA no LaGuardia, em NY, lasquei bitocas em umas loirinhas em Tampa, reclamei com a garçonete do Friday's da Quinta Avenida, enchi o pote em Miami e talz. Mas, e daí? Quantos mal sabem o "I am" e ou "you are", vão e voltam sãos e salvos? É verdaaade. Mas em algum momento eu disse que sei bem o idioma da terra do Tio Sam? Eu arranho. Mas como filhote recém-nascido de gato: só um pouquinho.

Agora, convenhamos. Quando ponho os pés na Terra Brasilis, o meu "aurélio cerebral" é ligado, automaticamente. Sou alfabetizado e acho que tenho obrigação de falar e escrever corretamente a minha língua. Só eu não!...

E... Não é que eu goste de música. Quem não gosta? Gosto, também, de acompanhar a sua história. Quem fez e quem faz. Sou fã da maioria dos tops da música americana e não me omito: tenho alguns ídolos na MPB mas confesso que, como o leite fervido e frio na panela, a nata é quase nada. Tive que ceder ao pagode e ao sertanejo para engrossar o meu "repertório" (uma seleção que deu trabalho para meia dúzia de boas opções). Mas não esqueço que sou do século passado (sim, eu sou do Século XX) quando ouço um Pixinguinha, ou Espinha de Bacalhau, do Severino Araújo, um bolero interpretado por Luis Miguel, ou Carimbador Maluco, do Raul Seixas.

No mp3 player, no meu fake do Iphone e no case do carro não faltam bons CDs de house. Na estrada, na velocidade máxima permitida, ou até off-road, o som do carro vai lá pra cima. É uma viagem. (Quanto estrangeirismo!)

Dia desses entrei para a comunidade do Orkut da Billboard no Brasil - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=468480. Gosto de saber o que estão falando, por aqui, das listas, dos grupos, dos discos etc. Acesso pouco. Às vezes para tirar alguma dúvida depois de acessar a página da Billboard ou de ler alguma matéria na Internet. Hobby.

Em uma enquete onde os membros selecionam dois astros de uma lista para o paredão do BBB (Big Brother Billboard), encontrei essa pérola:

Marcos - Concertesa [sic] a Lady gaga e a Amy winehouse. (Com certeza). Valha-me Santo Aurélio!

Assim como uma infinidade de "afim de você", "afim de ir", "afim disso", "afim daquilo" e "a fim" mesmo, nada, tenho observado um não tão pequeno número também de "concerteza". Essa mutação obedece regra. O termo é feio, equivocado mas tem estrutura para, um dia, entrar para o nosso vocabulário já "tão rico". Então, no "com certeza", como só há "m" antes de "p" e "b", cai o "m", entra o "n" e nasce o termo "concerteza". (Drumond se revirando no túmulo).

Agora, reportando-me ao Marcos da comunidade do Orkut, gostaria de saber o motivo pelo qual ele trocou um já enraizado "z" por um volúvel e desafinado "s". Nem questiono a "nova regra" que permite começar nome próprio com minúscula. Isso também rola direto na crônica cotidiana.

Me ajuda aí, Marcão!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dias dos Namorados...



Dia dos Namorados

Casais enamorados, de mãos dadas
Como rouxinóis se acasalando...
Lentamente, o tempo vai passando
Sob as estrelas, que imitam fadas.

O brilho mágico, se derramando
Como chuva de gotas encantadas,
Fazem todas as carícias trocadas
Contagiarem... E vão se espalhando.

O tempo vai lento, e vamos todos.
Eu sigo só, mas não estou na fossa
Doces minhas paixões, todas arroubos

Digo-vos, a quem interessar possa:
- Notem, serão em vão quaisquer apodos...
De qualquer jeito, essa noite é nossa.


Morena

Ah se te pego, morena,
Beijo a boca, beijo como louco
E me acabo pouco a pouco, morena
Se te pego, morena, me entrego
E nessa entrega me apego
Morena, me afogo, me acabo...
Se te pego, morena, não largo
Nem no Catete, nem no Largo
Do Machado, morena, te levo
Te levo morena, comigo...
Eu bato, eu apanho, eu brigo
Se te pego, morena, me abrigo
Contigo me assanho, morena
Menina, dengosa, pequena
Se te pego, morena, me conte
Me agarro contigo na ponte
Costa e Silva, Niterói...
Se te pego, morena,
Me acabo, não dói...
Te amo, morena, se te pego

Márcio Ribeiro

Meu Amigo Bob Esponja


Não escondo que sou fã do Bob Esponja (SpongeBob SquarePants). Não vejo motivo. E não concordo quando dizem que ele é boiola. Desafio quem me aponte um momento onde ele tenha escorregado no quiabo. Também não vejo nada demais na relação dele com o Patrick. São vizinhos. São amigos. Nem meia eles fazem! Claro que não podemos tapar o sol com a peneira... O Patrick tem problema. Mas quem não tem? E a Sandy? Ela pratica arte marcial e é uma florzinha de esquilo.

A ingenuidade dos dois amigos parece exagerada. Mas se olharmos atentamente ao nosso redor, podemos identificar conhecidos muito parecidos com Bob e Patrick. Não é um exercício difícil. Da mesma forma, podemos, também, encontrar "Lulas Moluscos", "Planktons" e cia. Um personagem animado não teria vida se seu criador não conseguisse adaptar à sua personalidade características humanas com forte apelo.

Se você conhece um Bob Esponja ou um Lula Molusco, certo é que trata-se de alguém que marca. Por praticar o bem (ou não entender o mal) ou por praticar o mal (ou não entender o bem). É meio assim como o gari Sorriso, da Comlurb, e o Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, ex-PM que está preso em Campo Grande - MS.

A verdade é que estamos vivendo uma falta de Bob Esponja no mercado. Agora, Lula Molusco e Plankton são como pragas, ervas daninhas das entranhas da sociedade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Voo AF 447 – Air France



As 3h da manhã desta segunda-feira, horário de Brasília, um Airbus 330-200 da Air France desapareceu dos monitores dos radares. A aeronave decolou do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro as 19h de ontem com destino a Paris.

O voo AF 447 levava 216 passageiros e 12 tripulantes, sendo 3 técnicos e 9 comissários. Segundo comunicado da companhia aérea, do total, eram 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e um bebê.

Entre os passageiros estavam o presidente da Michellin na América do Sul, Luís Alberto Anastácio, o diretor de informática, Antônio Gueiros, e a funcionária da Michellin França, Christin Pieraerts.

O avião informou uma pane elétrica poucas horas antes de sumir dos radares que acompanhavam o voo. Naquele momento o Airbus sobrevoava o Atlântico, a cerca de 300 km de Natal.

Segundo a Air France, o avião enviou uma mensagem às 23h14min de domingo, hora de Brasília, informando que enfrentava problemas após passar por fortes turbulências.



Vol AF 447 - Air France


Les 3 heures du matin de lundi, heure de Brasilia, l'un des Airbus 330-200 d'Air France a disparu du radar des moniteurs. L'avion a décollé de l'aéroport international de Rio de Janeiro le 19h d'hier à Paris.

Le vol AF 447 transportant 116 passagers et 12 membres d'équipage, 3 techniciens et 9 commissaires. Deuxième communiqué de la compagnie aérienne, le nombre de personnes à bord a été composée de 126 hommes, 82 femmes, 7 enfants et un bébé.

Parmi les passagers a été le président de Michellin Amérique du Sud, Luis Alberto Anastácio, directeur des technologies de l'information, Antônio Gueiros, et un fonctionnaire de la Michellin France, Christin Pieraerts.

L'avion est retourné quelques heures avant la panne loin du radar qui a accompagné le vol. A cette époque, l'Airbus sur l'Atlantique, à environ 300 km de Natal.

Selon Air France, l'avion a envoyé un message à 23h14min, le dimanche, heure de Brasilia, en indiquant que les problèmes rencontrés après avoir traversé de graves turbulences.