segunda-feira, 7 de abril de 2008

Olhares Velados

E quando te fito, olhos nos olhos
Esses grandes olhos de jabuticaba
Já não sei onde um olhar começa
Onde outro, mais outro se acaba
Mais outro começa, assim, do nada
Pára o tempo, já não tenho pressa...

Eu disfarço, mas disfarço e olho...
Olho, olho e não disfarço, teu braço
O ombro tatuado, tudo, o pescoço
A nuca, os pêlos, cabelos, fios de aço
Fios negros... Olho e já não disfarço
O corpo todo, a alma clara, o dorso

Esse meu pecado, olho e disfarço...
Como chamar o amor de pecado?
Se te amo com o olhar mais puro
Olho e não disfarço, olhar vedado
Sem preço, sem nexo, desvairado
Meu olhar mais claro, olhar obscuro

O dorso, as pernas, olho as coxas
Disfarço, se te olho o corpo inteiro
Dos pés à cabeça, eu olho e sorrio
Mais um olhar, um segundo, terceiro
Te olho, menina, não sou o primeiro
Te desço um olhar como água do rio...

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