segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Falar o Quê?

A chacota do 6 X 0:


(Clique na imagem para ampliar).

Não trata-se de um torcedor sofredor aquele que veste a camisa do Botafogo. Mas sim de uma associação que vive perdida, fora e dentro de campo. Então, se você pergunta a dirigentes ou jogadores o motivo pelo qual a torcida não comparece aos jogos, eles não sabem responder. Ora, a resposta é óbvia e levanta outras questões. Ir ao estádio? Torcer? Como e por quê?

São três campeonatos cariocas seguidos perdendo a final para o Flamengo. São diversas derrotas, jogando em casa, para times considerados "pequenos". Em clássicos, já entra em campo abatido, derrotado. Se vence, a primeira sensação da torcidade não é de alegria e sim de alívio.

Ou seja, sobre os torcedores do Botafogo, se não abandonam o barco não é por amor à camisa, somente. É muito mais por orgulho. Por não querer dar o braço a torcer para os rivais. E se algum deles não concorda com essa opinião, deveria procurar tratamento psiquiátrico. Porque, então, é masoquismo. Doença. Quem, em sã consciência, gosta desse sofrimento? Já passei dos 40 anos há algum tempo e ainda não vi em campo esse "glorioso" de que ouço falar.

No estadual de 2009, mais uma vez, o time amarelou. Isso ficou claro para quem acompanhou, torceu, mesmo não botando um centavo na conta do clube.

Veio o brasileirão e, mais uma vez, a equipe mostrou, em campo, a sua fragilidade, a sua fraqueza, a sua incapacidade (nem vou falar de incompetência). E no final ainda comemorou porque escapou da Série B para 2010. Ora, escapou não por méritos, mas por incapacidade dos quatro últimos colocados. Comemorar o quê? Comemora-se título!

A verdade é que, há muito tempo, o comportamento do Botafogo é de "time pequeno"... (E que me perdoem aqueles que assim são considerados). A torcida não pode e não deve mais dá voto de confiança. O time é que precisa reconquistar a massa que para ele torce, sofre, quase sempre calada, engolindo decepções.


O Ponto de Vista do Torcedor...

O Ferrarista veste a camisa vermelha, pega a sua bandeira e parte para o autódromo. Lá, para ele, não interessa o peso do carro, o problema no câmbio, o pneu desgastado. O que interessa é ver, no final da corrida, o piloto da escuderia italiana no ponto mais alto do pódio.

Não importa se a decisão é contra o Dallas Mavericks ou contra o Phoenix Suns. Quando a equipe do Boston Celtics parte para os "playoffs", o que a torcida quer é vencer quatro partidas e comemorar a vitória na NBA.

A relação entre o torcedor e a equipe para a qual ele torce não é como o que acontece entre um homem e uma mulher. Nessa relação, mesmo com todos os percalços que possam advir, o amor não acaba nunca e, para o torcedor, o que interessa é resultado. As desculpas dos jogadores, do treinador e dos dirigentes não justificam as derrotas e servem tão somente para irritar os torcedores. Não tem torcida que resista a uma sucessão de resultados desastrosos. Não tem torcida que resista à falta de títulos. E não venha me falar de Taça Guanabara ou Taça Rio! Turno não é competição! É somente parte dela.

Perder um campeonato não espanta a torcida dos estádios. Mas não ganhar títulos faz a gente preferir assistir os jogos pela TV, às vezes às escondidas. Torcer e não vestir a camisa. Afinal, quem se sente motivado a pagar R$ 150,00 pela camisa de um time que muito mais decepção dá do que alegria?

Tanto os jogadores quanto o Estevam Soares precisam calar a boca. Os dirigentes devem ter vergonha de mostrar a cara. A resposta deve ser dada em campo, com resultados e sem provocações à torcida. O time tem que fazer gol, ganhar título e manter a humildade.

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