Um
fenômeno pode ser desastroso, catastrófico, salvador, bonito, entre tantos
outros aspectos. E pode ser, também, inexplicável, mas esse não é o caso da
CRASE.
Esse
primeiro ponto é importantíssimo. A CRASE é um fenômeno. E como todo fenômeno,
ocorre ou não ocorre. CRASE não se coloca, não se põe, não se usa. CRASE
ocorre!
Por
ora, vamos esquecer a CRASE e nos fixar em expressões com substantivos
masculinos precedidos por preposição. Isso porque o entendimento da CRASE
depende da percepção de que ela não ocorre se não houver ARTIGO. Sem artigo,
sem crase.
Ontem
eu fui ao cinema!
O
AO da frase é nada mais nada menos do que a contratação da preposição A com o
artigo definido masculino O. Matematicamente, “Ontem eu fui a+o cinema!” Isso é
claro e não há margens para dúvidas.
Atenção,
aviso aos pais!
Na
frase acima, “pais” é plural. Por regra, o artigo que o acompanha deve estar no
plural também. Entendido isso, fica claro que AOS é a contração da preposição A
com o artigo definido masculino plural OS. Matematicamente, “Atenção, aviso
a+os pais!”.
Agora,
de volta à CRASE.
Ontem
eu fui à praia!
CRASE
é a contração da preposição A com o artigo definido feminino A.
Matematicamente, “Ontem eu fui a+a praia!”.
Atenção,
aviso às mães!
Na
frase acima, “mães” é plural e, por regra, o artigo que o acompanha deve estar
no plural também. Assim, é claro que ÀS é a contração da preposição A com o
artigo definido feminino AS. Matematicamente, “Atenção, aviso a+as mães!”.
E
a conclusão, elementar conclusão, é que CRASE somente ocorre antes de palavras
femininas, porque não ocorre na ausência do artigo definido feminino A, no
singular ou no plural.
E
fora desse entendimento, é comum encontrarmos por aí “Obrigado à todos!” com
esse inexplicável acento na solitária preposição (o Word sublinha e informa que
“Neste caso, não se usa a crase – alguém avisa lá que o que foi “usado” não foi
crase e sim acento grave?!).
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