quarta-feira, 30 de março de 2011

Por que falo tanto da TV Record?


Caixão com corpo de José Alencar subiu a rampa do Palácio do Planalto por soldados do Exército, Marinha e Aeronáutica. Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Hoje, enquanto o caixão com o corpo do ex-vice-presidente do Brasil, José Alencar, subia a rampa do Palácio do Planalto, a repórter dizia que o mesmo era conduzido por "cadetes". Como ex-fuzileiro que sou, sabia que dois dos militares eram soldados do CFN. Então, me veio a pergunta: quem deu para a repórter essa informação? Fui ao Twitter e avisei para @pgmhojeemdia e @record_imprensa sobre a "desinformação". E tenho feito isso regularmente. Mas, até aí, tudo bem. Afinal, até o Blog do Planalto falou em "cadetes" mas, na legenda da foto, registra corretamente que são "soldados" das três Forças Armadas.

E eu com isso?

A forma como a televisão interfere e influencia as massas sempre foi interesse meu. E saber que um veículo de informação, tão poderoso, cumpre perfeitamente o seu papel, torna-me um cidadão brasileiro melhor. Desinformar ou conduzir a informação de forma dolosa não é o papel da TV, mesmo que muitas o façam dessa maneira.

Com efeito, o aparato tecnológico e humano da Rede Globo de Televisão sempre me pareceu imbatível. A qualidade da sua programação, a sua capacidade técnica, a sua visão para distinguir entre o melhor e o razoável sempre foram condições inalcançáveis por outra televisão. Até que um dia eu percebi que a Record poderia mudar isso. Assim, troquei o Fantástico pelo Domingo Espetacular; abandonei o RJTV e migrei para o jornal regional da Record Rio; esquecei da Ana Maria Braga e aderi ao Programa Hoje em Dia.

Feito isso, aproveitando os canais de comunicação que intermediam a relação entre o telespectador e a televisão, comecei a tecer minhas críticas à programação da Record. Mesmo reconhecendo que, às vezes, o fiz duramente, o meu objetivo sempre foi vê-la cada vez melhor, a fim de deixar de aparecer, simplesmente, por vezes, no retrovisor da TV Globo.

Mesmo antes da estréia de Rebelde, eu já apostava em um erro da Record na questão do horário. E não creio que uma novela para público jovem possa melhorar o IBOPE da emissora às 19h. Sempre apostei que o RJ Record poderia desbancar o RJTV e critiquei, por diversas vezes, duramente, o trabalho do Fábio Ramalho (@fabioramalho). Até que um dia eu não tive mais o que falar. Então, a Record trouxe o Bacci e eu não consegui mais assistir ao telejornal, voltando para o RJTV. Agora, então, com a novela...

O telejornal admite, e isso o faz muito bem, bloco para notícias locais, para economia, política, internacional etc. Ainda mais longe, é ponto comum das emissoras, os telejornais locais. E por que levanto essa questão? Para falar do Programa Hoje em Dia.

Não posso entender o que pode melhorar para uma emissora de TV 30 minutos de bloco regional em uma revista eletrônica. Ao contrário, aposto mesmo que parte da audiência da revista muda o canal nesse momento. Então, quando disse ao Fábio Ramalho, pelo Twitter, que a Record subutiliza muitos dos seus bons profissionais, e falava do Hoje em Dia Rio, e ele me perguntou o que eu gostaria de assistir, fiquei sem ter o que responder.

A verdade é que a fórmula da revista matutina é boa e, com um bom lastro de matérias, pode crescer em audiência. Mas essa interrupção, para cortar para um "bloquinho" local, é um grande erro. Não vejo respostas na questão comercial nem estratégica. Será que tem? Será que trata-se de dar um passo atrás para depois dar dois à frente? Não sei.

Não vou me estender, e poderia fazê-lo por muitas e muitas linhas. Para concluir, parece-me, realmente, que o objetivo da Record não é o primeiro lugar. O que parece é que a emissora estará sempre satisfeita em poder ver, de longe, as lanternas e o para-choque da Rede Globo, ao invés de querer vê-la pelo retrovisor. E, tomara, eu esteja errado. Porque, assim, lucrarei muito mais.

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