quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Baía de Guanabara



Gentileza Gera Gentileza?

Cubango, Niterói, pouco depois das 20 horas da última segunda-feira. Eu acabava de sair da Rua Vinte e Dois de Novembro e pegava a Noronha Torrezão, a caminho da academia, na Praia de Icaraí.

No sentido Fonseca, ali naquele ponto, na esquina com a Travessa Herdy, os ônibus da Ingá, que fazem a linha 49 e 43, têm um ponto intermediário na sua rota circular. Em alguns momentos são diversos coletivos estacionados, interrompendo parte da rua e criando problemas para o fluxo do trânsito no local. Isso acontece há muitos e muitos anos, sem que quaisquer providências sejam tomadas. Entra e sai governo e a situação permanece. No sentido Santa Rosa, logo depois da Rua Serrão, acontece a mesma coisa.

E justamente nesse ponto... uma turma que não sei precisar era composta de quantas pessoas, atravessa a Noronha, saindo da Travessa Herdy para a Rua Serrão, em fila. O primeiro se jogou na frente do meu carro, o que me fez, por reflexo, levar o pé ao freio. Nesse momento percebo que a pessoa estava armada, com um revólver ou pistola, mantendo o braço junto ao corpo.

São milésimos de segundos para uma decisão, como acontece com um jogador de futebol na hora do gol. Matei a bola no peito dentro da grande área e, antes que ela chegasse ao chão, resolvi chutar... Para que canto? Rasteira ou pelo alto? Forte ou colocada?

Pois bem... Veio a vontade louca de passar por cima do cidadão. Até porque eu ainda não sabia se eu mesmo era o alvo da quadrilha. Mas aquela coisa dentro de mim, que me faz sentir pelo semelhante, mesmo um não tão semelhante assim, o respeito, o amor à vida, a compaixão e tantos outros simples ou complexos sentimentos, levou meu pé ao freio e o pneu cantou. Parei. A fila indiana passou, todos devidamente armados e equipados e, não sei exatamente em qual momento, um dos integrantes agradeceu a minha gentileza.

Não foram suficientes os noventa minutos de hammer, cadeira extensora, bíceps bnc unilateral neutro etc. para restabelecer o meu equilíbrio. Tempo demais já que não foi essa a primeira vez que passei por tal situação.

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