terça-feira, 14 de julho de 2009

O Fim


Baía de Guanabara (clique na imagem para ampliar).

Minha menina apareceu assim, como em um passe de mágica. Mas, quem é ela? Veio de onde? Que jeitinho é esse? Encantado que fiquei, guardei as dúvidas no coração. E como disse o Millôr, não exatamente com essas palavras, já não tem dúvidas quem inventou o ponto de interrogação. Dissimulado que fui, atirado e traído apenas pelo olhar, encontrei um caminho para manter contato quando quisesse.

E não tardou o nosso primeiro evento social juntos. Tínhamos companhia. Fiquei na defensiva, mais uma vez, observando bastante e investindo quase nada. Como em uma estratégia suicida... Mas nem tanto.

Então, poucos dias mais tarde, convidou-me para a comemoração do seu aniversário, em uma boate onde eu costumava ir. Incrível que nunca tenhamos nos encontrado, passado um pelo outro... Eu lembraria, é certo. Era dona do cheiro que gosto e que me faz pensar que o amanhã não precisa chegar tão depressa.

E assim foi. Mas sabe como é aniversário em boate?! A gente se falou, rapidamente, e só. Eu sentia acelerados os ponteiros do relógio. Buscava minha menina em um olhar, em breve flerte. Mais nada. Cada “long neck” eu buscava em um bar diferente. Assim, de dez em dez minutos, eu podia cruzar toda a extensão da casa e não perder de vista o motivo da minha noite. Daquela noite. Mas nada era certo, porém. Isso eu sabia.

Já lá pelas tantas, quando o DJ perde a linha, o salão bombou. MC Marcinho soltava a batida e todo mundo se esbaldava na pista de dança. Foi assim que ela chegou. No balanço, requebrando, alterada pelo álcool e pelo ritmo do funk, mais para charme, meloso. E dançamos juntos. Levei a mão à sua cintura, apoiei e, naquele momento, entramos em sintonia, como o vento e a vaga no mar. Trouxe-a para perto, para bem mais perto, e aconteceu o primeiro beijo.

Foram dois meses intensos, íntimos, de vidas compartilhadas e de um prazer de jardim florido na primavera. Porque foi na primavera que nossos destinos se encontraram. E o verão nos fez o favor de dividir o caminho... Cada um seguiu o seu. E foi bom. E fim.

Bonito, não?! Pois para mim foi e é assim. Um começo gostoso. Um fim oportuno. E todos os momentos na lembrança, por uma bela história, por um romance que vale à pena relembrar. Porque somou, porque fomos felizes todo o tempo.

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